
Frigorífico paulista assume unidade da Cotrijui
Planta de abate de suínos em São Luiz Gonzaga foi arrendada por três anos, dentro do processo de liquidação judicial que completou cem dias
15/05/2018
Há cem dias sob o comando de um administrador judicial, a cooperativa Cotrijui contabiliza 21 unidades arrendadas. A mais recente foi a planta de abate de suínos de São Luiz Gonzaga, nas Missões, que será alugada, por um período de três anos, para o frigorífico Estrela, de São Paulo. O contrato foi fechado na última segunda-feira. A unidade é a segunda maior empregadora do município.
A expectativa é de que, com essa iniciativa, seja retomada a capacidade total de produção da planta que é de 1,6 mil animais por dia _ hoje, o abate está pela metade _, assim como dos postos de trabalho. A filial já teve 650 funcionários e atualmente conta com 400. Um total de 140 produtores da região são integrados à indústria.
_ Para o município, foi um fato importante para a economia. Ajuda a manter os empregos _ afirma Sidney Luiz Brondani (PP), prefeito de São Luiz Gonzaga.
O frigorífico semprre foi um dos maiores contribuintes de ICMS, embora nos últimos dois anos a participação tenha caído um pouco.
A marca Tchê, que estampa a carne suína processada no local, será mantida. O frigorífico foi o primeiro do Estado a ser habilitado a exportar para a China, em 2011.
Com dívidas acumuladas ao longo de anos, a cooperativa Cottrijui, que tem sede em Ijuí, estava em liquidação extrajudicial e, em 29 de janeiro deste ano, entrou, por determinação da Justiça, em processo de liquidação judicial. Desde então, está sob o comando do administrador judicial Rafael Brizola.
_ A gente fez o que era possível para manter as operações até aqui _ diz Brizola.
Na prestação de contas feita à Justiça por ocasião dos cem dias de atuação, o administrador apresentou ações desenvolvidas até agora. Foram pagos R$ 5 milhões em dívidas trabalhistas, arrendadas 21 unidades, os grãos foram devolvidos em boa parte aos agricultores e o balanço de 2017 foi encerrado.
Os ativos totais somaram R$ 664 milhões, enquanto o passivo total é de R$ 2,24 bilhões. O passivo a descoberto (a diferença entre os dois) é de R$ 1,57 bilhão.
Outras filiais ainda deverão ser arrendadas. É o caso da agroindústria, postos de gasolina, armazéns e a unidade de arroz em Dom Pedrito.
A estimativa é de que o administrador judicial tenha atuação de seis meses. O processo depende de uma avaliação do juiz, que definirá o rumo a ser dado por essa que já foi a maior cooperativa da América Latina na década de 1970.